I´m Picking´up Good Vibrations

Em 2010 a VIEX realizou a primeira edição do LASE, o Congresso de Licenciamento e Gestão Socioambiental no Setor Elétrico. Em um café no Itaim, em São Paulo, eu e a madrinha do LASE, Simone Nogueira, Sócia e Especialista da Área Ambiental, do Siqueira Castro Advogados, conversávamos sobre novos temas e novidades nos assuntos para os futuros eventos. “E porque a gente não organiza um evento pra falar do processo de licenciamento ambiental?” “Temos novos projetos na área de energia e a legislação ambiental precisa de aperfeiçoamentos” – comentou Simone. 

Sem dúvida, após trabalhar muito tempo com eventos fica fácil entender quando um assunto tem potencial para se tornar um grande projeto. Ter um evento focado nas questões ambientais do setor elétrico era uma ótima ideia e com grande possibilidade de crescimento. 

Após alguns meses de preparação, convites, conversas e organização surgiu o evento então chamado de “Licenciamento Ambiental no Setor Elétrico” carinhosamente chamado internamente, e depois amplamente conhecido pelo mercado, o LASE.

Em todas as edições do LASE fomos acompanhando as mudanças, ajustes, momentos de estagnação e avanços com relação à legislação ambiental e regulação do setor elétrico, o aumento, ainda maior, da preocupação e envolvimento das entidades do setor elétrico com as questões ambientais e de sustentabilidade, a “competição” sadia por projetos socioambientais cada vez mais complexos e completos e sem dúvida, todo o debate e discussões entre os intervenientes e impactados com os projetos de geração e transmissão de energia.

Em 2010, o setor elétrico tinha preocupações diferentes. As discussões eram voltadas às questões ambientais das grandes hidrelétricas, ainda em projeto ou em construção, como: Belo Monte, Jirau, Santo Antônio e Teles Pires. A renovação das concessões de geração era um debate fortíssimo em todas as instâncias. A capacidade de geração de energia eólica ainda não tinha chegado nem a 1GW e os investimentos em energia solar ainda eram bastante incipientes. 

E, chegamos hoje, às vésperas da 12ª edição do LASE e lançando mais uma edição do Coral (nossa publicação para as áreas de meio ambiente e sustentabilidade), com o tema Energia – Meio Ambiente e Sustentabilidade. Tanto no LASE, quanto no Coral trataremos do presente e futuro do setor elétrico. Certamente a legislação ambiental, o processo de licenciamento e projetos socioambientais são temas que ainda estão na pauta do setor. Mas, apesar de certos assuntos ainda serem recorrentes e continuarem em evidência, o mercado de energia mudou bastante. 

A capacidade de geração de energia eólica está próxima aos 20GW e inclusive temos um debate e projetos em tramitação sobre uma regulação para os projetos de energia eólica offshore. Os projetos de energia solar ultrapassam 1% de nossa matriz elétrica e a expansão é vertiginosa para os próximos anos. Debatemos mais fortemente e com viabilidade real os projetos de hidrogênio verde, armazenamento de energia e geração híbrida. 

Além disso, vivemos um contexto de crise hídrica (isso, infelizmente, não é tão novidade…), e com um debate constante de como será o mundo após a pandemia e como o ESG deixará de ser um discurso bonito e passará a ser uma realidade para o dia-a-dia de todas as empresas. E ainda para somar nessa equação, temas como transformação energética, mobilidade elétrica, descarbonização, entre outros, entram com força na definição de estratégias (e de sobrevivência) das empresas, não somente do setor elétrico, mas, de diversos outros setores da economia.

Tudo isso, é um pouco do que você poderá acompanhar nesta edição do Coral. Temos artigos e conteúdos sobre o futuro do setor eólico, sobre a chegada das eólicas offshore, o surgimento do hidrogênio verde, as mudanças regulatórias para os projetos de energia solar, as preocupações nos projetos e implantação de PCHs e CGHs, além de temas mais voltados às questões ambientais como: o futuro do licenciamento ambiental, a mediação de conflitos socioambientais, o crescimento do mercado de carbono, entre outros. 

Veja o conteúdo publicado no Coral e compartilhe com seus contatos. Participe também do LASE e de outros eventos da VIEX. As boas vibrações continuam para continuarmos produzindo conteúdos, em diversos formatos, que agreguem informações relevantes, que gerem debates e encontros construtivos com as áreas de meio ambiente e energia renovável. 

Boa leitura!

https://www.linkedin.com/in/davifaria/?originalSubdomain=br

Ouça a música que inspirou este conteúdo

O bom

talentos no mercado de energia

O Brasil tem hoje quase 15 milhões de pessoas desocupadas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), número que equivale a toda população de países vizinhos como Bolívia (11,67 milhões), Paraguai (7.133 milhões) e Uruguai (3.474 milhões), por exemplo. O setor de energia encontra-se na contramão desse cenário e as fontes renováveis têm puxado o movimento das contratações e em 2020 tivemos 1,2 milhão de profissionais admitidos no Brasil, de acordo com a Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, na sigla em inglês).

A percepção é que os dois segmentos que mais tem demandado são as renováveis acompanhadas de perto pelo mercado livre de energia. Sem dúvida, temos motivos para celebrar! A indústria de recrutamento e seleção corre para atender a intensa necessidade de contratações e isso tem gerado um fenômeno que remete a música “O Bom”, imortalizada na voz de Eduardo Araújo, ícone da Jovem Guarda, que embalou as muitas matinês do ano de 1967, quando a melodia foi lançada.

O refrão: “Ele é bom, é o bom, é bom”, seguido pela estrofe final: “Cabelo na testa, sou o dono da festa, pertenço aos dez mais, se você quiser experimentar, sei que vai gostar”, cabe como uma luva na mão, quando tentamos recrutar tanto jovens quanto maduros talentos para atuar no mercado.

Claro que nesse contexto é esperado que alta demanda diminua a oferta, essa lei do mercado fica escancarada quando se abre um processo seletivo para uma vaga de trader, especialista de preço e risco, gestor de ativos renováveis e até mesmo para cargos de baixa complexidade. Muitos candidatos incorporam trechos da canção de Eduardo Araújo e se acham “bom, bom, bom” e fazem contrapropostas muitas vezes descoladas da realidade. Este tipo de comportamento tem gerado um tempo maior nos processos e exigido flexibilidade das empresas que precisam preencher seus quadros de colaboradores.

As empresas de recrutamento muitas vezes precisam usar o “Terra, chamando” durante as entrevistas e trazer os profissionais para negociações pé no chão mostrando que, apesar do aquecimento na demanda por talentos com expertise no setor energético, existem preceitos e regras que precisam e devem ser seguidas. Seja para evitar frustrações por parte dos contratados, seja para evitar que a empresa venha a brochar (no sentido de perder o tesão). No final, o candidato equilibrado, que entende a demanda do mercado, mas visa o ganho justo ou no longo prazo, conseguirá manter seu status de ser “uma brasa, mora”!

Ouça a música que inspirou este conteúdo