Quem sabe faz a hora, não espera acontecer

Quando o profissional público resolve mudar seu meio ambiente e segue para atuação na iniciativa privada.

Marcio Douglas

Como recrutador tenho a grata oportunidade de conhecer muitos profissionais e suas histórias de vida, pessoal e de carreira. Há alguns anos fui procurado por uma colega que trabalhava no governo da Bahia e que demonstrava interesse em migrar para a iniciativa privada. Antes de ser um recrutador, sempre fui um bom “ouvidor” e entendo que essa é uma qualidade essencial em nossa profissão como headhunter.

Em nossa conversa ela destacou os desafios que enfrentou e todas as conquistas de sua atuação no setor público. Também compartilhei com ela um pouco da minha experiência na iniciativa privada, minha visão como recrutador de empresas de diversos portes, mas o mais importante é a coragem do primeiro passo para mudar, a história de cada um está na sua própria mão.

Assim como a música “Pra não dizer que não falei das flores”, que tem seu título confundido com “Caminhando e cantando”, de autoria do consagrado poeta paraibano Geraldo Vandré, entendi que minha amiga precisava de inspiração para tomar a decisão de se arriscar num terreno desconhecido até então. E, assim como a letra da música ela tinha “A certeza na frente, a história na mão” e que só precisava continuar caminhando e cantando e seguindo a sua vocação.

E foi isso que ela fez! Cheia de certeza, sem medo de se arriscar foi em frente e aprendeu uma nova lição.

Quem sabe faz a hora, não espera acontecer…

Atualmente a tal colega está há quase um ano em uma importante empresa de energia e me enviou o relato abaixo sobre sua migração:

“Somos todos iguais, braços dados ou não. É este o sentimento de alguém que teve a oportunidade trabalhar por mais de uma década no setor público e agora está enfrentando desafios da iniciativa privada.

Ser enérgico, assertivo, proativo é tudo que se espera de um gestor privado, enquanto no setor público, o jogo de cintura para lhe dar com uma composição complexa de atribuições e poderes é uma ferramenta essencial. Não importa a habilidade, pois quem sabe faz a hora, não espera acontecer.

Quem acredita e ajuda a construir um mundo melhor, através da sustentabilidade de uma economia de baixo carbono, certamente acredita nas flores vencendo canhões e a dualidade aparente entre o público e o privado, revela-se inexistente, pois os amores na mente e as flores são as mesmas.”

E “Pra não dizer que não falei das flores”, obrigado Laís Maciel Lafuente – Gerente de Desenvolvimento da Casa dos Ventos.

Nota do autor: “Pra dizer que não falei das flores” é considerado o hino de resistência do movimento civil e estudantil no Brasil e foi lançada em 1968 em plena ditadura militar. Foi censurada pelo regime e Geraldo Vandré, compositor e cantor, foi perseguido e exilado. Atualmente o Brasil atravessa um período conturbado de sua história, no qual o presidente da República ameaça a nação com o retorno das forças armadas ao comando do país. Nada melhor do que ouvir Vandré com sua voz forte, coerente e vanguardista a nos alertar sobre os perigos que nos espreita.

 

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Marcio Douglas

Marcio Douglas

Especialista em comunicação corporativa e um dos poucos headhunters especializado nos mercados de energia e meio-ambiente do Brasil. O executivo atua há quase 20 anos no setor elétrico em empresas de termoeletricidade e energias renováveis. O seu perfil comunicativo foi aprimorado com experiências prévias no segmento varejistas, tornando-o hábil negociador com alto poder de adaptação à diferentes produtos e mercados, tendo desenvolvido projetos de energia em diversas regiões do país. Essa característica também permitiu múltiplas atuações profissionais com resultados expressivos na comercialização de projetos, gestão de imagem, representação institucional. É um grande motivador de equipes, especialista em clima organizacional e comunicação interna. Desde 2017, atua como headhunter e em 2020 fundou a Energizar Consultoria, empresa dedicada a comunicação e ao recrutamento de profissionais exclusivamente para os mercados de energia e meio-ambiente.

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